top of page
Foto do escritorSara Matos

Queres saber se és um super-provador?

Atualizado: 11 de abr. de 2020

As razões por que gostamos dos vinhos que gostamos são a soma de factores fisiológicos como o número de papilas gustativas que temos e factores psicológicos como o nosso nível de aprendizagem ou as nossas experiências (posso adorar o cheiro a pêssego porque me lembra o quintal da minha avó, ou odiar o cheiro a pêssego porque me lembra que tinha que ir trabalhar com a minha avó em vez de jogar à bola).


Vinhos que gostamos =

factores fisiológicos + factores psicológicos

Por isso mesmo, há tantos perfis de provadores quantas pessoas no mundo. Nos Wine Games ajudamos a que comecem a descobrir o vosso perfil de provador, a ganharem consciência do que gostam (no vinho e não só!). Este é um dos exercícios que fazemos:


➡️Cada participante tem uma tira de papel embebida em PTC (feniltiocarbamida), um composto amargo, que coloca na língua. Para os chamados super-provadores, o amargo é insuportável, os provadores médios sentem-no mas não os incomoda, e os não-provadores não o sentem.

Há autores que defendem que o super-provador, que sentirá os estímulos de forma mais intensa que o não-provador, terá mais papilas gustativas, mas outros autores há que defendem que ainda não se conseguiu confirmar essa correlação.



SUPER-PROVADORES

Aos super-provadores tudo lhes saberá de forma intensa: o salgado, o doce, o amargo, o ácido. Terão mais papilas gustativas, por isso é fácil perceber que receberão mensagens mais fortes do que as pessoas com menos papilas. Odeiam vegetais amargos como a couve de bruxelas, bebidas como cervejas IPA (um tipo de cerveja muito amargo) ou tintos com muitos taninos e muito encorpados. Tendem a preferir comidas insossas em vez de comidas fortes e gordurosas, e podem ser esquisitos a comer, mas segundo um estudo da Universidade de Yale, têm muito menos probabilidade ser obesos que os não-provadores.


PROVADORES

Os provadores gostam de vegetais amargos e provavelmente também gostam de comidas terrosas e salgadas. Cerca de 50% das pessoas cabe nesta categoria. Os provadores também sentem o amargo como os super-provadores, mas não lhes incomoda tanto. Por causa disto, não têm receio de provar qualquer coisa, estão disponíveis para vinhos e comidas diferentes, e com algumas ferramentas podem ser melhores provadores.


NÃO-PROVADORES

Aquela taça de comida tailandesa picante não os faz choramingar de dor, e adoram vinhos altamente tânicos. Tendem a gostar de comidas ricas, picantes e com sabores fortes. Não sentem o amargo da mesma forma que as outras pessoas. De facto, alguns não-provadores não sentem o amargo de todo.


As nossas sensibilidades sensoriais vão além da comida e do vinho

Existem outros factores fisiológicos que influenciam o nosso perfil de provadores. Não é apenas a nossa sensibilidade ao amargo. Há quem defenda que o facto de sermos sensíveis ao amargo não significa que sejamos mais sensíveis à doçura, por exemplo, mas outros há que defendem que quem sente o amargo de forma intensa, sentir-se-ão muito mais incomodados com as etiquetas da roupa, por exemplo, do que aqueles que sentem os estímulos de forma mais fraca. Estes, os não-provadores, muito provavelmente sairão à rua de t-shirt mesmo quando está um frio de rachar, ouvem música aos altos berros, gostam de pickles ou até de beber a água dos pickles.


O que parece ser defendido de forma consensual é que, independentemente do tipo de provador que somos, todos precisamos de ferramentas de prova: de as conhecer e de as treinar. Provar vinho, o acto de conscientemente ver, cheirar, saborear e pensar o vinho, é a melhor parte de apreciar vinho. Com o passar do tempo, tornou-se um acto intimidante pela enorme quantidade de conceitos complexos, mas não precisa de ser assim, pelo que voltaremos brevemente com dicas para treinarem todas as etapas da prova de vinho.


432 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page